24 de ago. de 2011

BARROCO

BARROCO EM PORTUGAL




1)         O Barroco  
    O Barroco foi um movimento ocorrido no período de 1580 a 1756. O ano de 1580 foi marcado pela morte de Camões e com isso a decadência do rico movimento clássico, e  também o fim da autonomia política de Portugal.

Nascimento barroco:

 
     O Barroco era uma arte espetacular, que impressionava os fiéis nas igrejas da época que foi chamada arte Contra Reforma.

     No período da revolução da igreja Católica, desenvolveu-se na Península Ibérica, a arte da talha, que tornou-se uma das mais importantes expressões artísticas do Barroco.


     Apesar de diferentes interpretações  em diversos países, determinados por diferentes contextos políticos, culturais, religiosos, mas este estilo mostrou características comuns, como:
     *A tendência para a representação realista

     *A procura pelo movimento e o infinito.
 
    O Barroco foi um movimento ocorrido no período de 1580 a 1756. O ano de 1580 foi marcado pela morte de Camões e com isso a decadência do rico movimento clássico, e também o fim da autonomia política de Portugal.




Caracteristicas:


Pessimismo

• Desequilíbrio entre razão e emoção

• Dualidade: contradição

• Tendência à ilusão (fuga à realidade objetiva, subjetividade)

• Tendência à alusão (descrição indireta)

• Predomínio de figuras como metáfora, antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato.

Tendências do Barroco literário

Cultismo: poeta espanhol Dom Luís Góngora (Gongorismo).

• Hipertrofia da sonoridade e imagens da obra literária.

• Predomínio das metáforas, sinestesias, aliterações, hipérbatos, antíteses, trocadilhos, neologismos. Descritivismo rebuscado, rico e tortuoso.

• Às vezes, chega a obra literária ao hermetismo.

Conceptismo: D. Francisco Quevedo é o mais representativo.

Hipertrofia da dimensão conceitual da obra literária, mais razão doque sentidos. Raciocínios engenhoso, jogo intelectual de paradoxos e sutilezas lógicas. Cultismo é descritivo. Conceptismo é analítico. .
     O mundo dos sentimentos é explorado em detalhes e o discurso racionalista dos clássicos é submetido cada vez mais por uma linguagem que explora o jogo das metáforas, a riqueza das imagens, o gosto pelo pormenor, o malabarismo verbal e a sutileza de raciocínio. É o surgimento do cultismo  (também chamado gongorismo, se preocupa com os aspectos exteriores: descrições, imagens, aparências  ) e do conceptismo que enfoca os aspectos interiores (concepções, definições, essências).

     O espírito religioso da época, religando a literatura, faz-se presente no grande número de obras moralistas, na prosa doutrinária, no conto exemplar; das escolas jesuítas, convém ressaltar, saem alguns dos principais escritores desse período.

     Aos poucos, porém, a dramaticidade e tensão da literatura barroca acabarão por degenerar-se numa literatura de circunstância. A poesia passa a ser um jogo descompromissado, uma demonstração de habilidade verbal, de falar difícil a respeito de qualidade. Há um excesso de virtuosismo que leva à saciedade e à exaustão. É contra esse excesso que o Neoclassicismo, na metade do século XVIII, tentará reagir

     A angústia existencial toma conta do ser humano e aparecerá como fonte inesgotável do pessimismo que o Barroco tematiza. A linguagem barroca é confusa e não bem clara, correspondendo à idéia de um mundo instável e contraditório. As figuras de linguagem são usadas com fartura, destacando-se: a metáfora, a antítese, o paradoxo, a hipérbole e o hipérbato. Essa linguagem ornamental exige do leitor de concentração, para poder acompanhar as associações feitas pelos artistas barrocos.

Contexto historico:

     Designa-se por Barroco o período que vai de 1580 a 1756. O ano de 1580 é significativo em dois aspectos: assinalada a morte de Camões e com ele, a decadência do rico movimento clássico, e também o fim da autonomia política de Portugal, pois com o desaparecimento do rei D.Sebastião, na África, torna-se herdeiro do trono Felipe II da Espanha, que anexa o reino português a seus domínios. No Brasil, o panorama histórico do período foi marcado por um incremento da política de colonização, com o estabelecimento dos engenhos de cana-de-açúcar na Bahia. Salvador, capital do Brasil, constituiu-se em um núcleo populacional importante e em um centro cultural que, embora tímido, produziu um poeta do porte de Gregório de Matos. Nosso Barroco teve início em 1601, com a publicação de Prosopopéia, de Bento Teixeira, e terminou em 1768, com a publicação das Obras de Cláudio Manuel da Costa, que representou já uma introdução ao Neoclassicismo.


1.2) Religiosidade

    O período até aqui estudado tem se apresentado um período muito religioso e demasiado crente que tanto humilha o homem perante o seu criador, pois ocorreu numa época em que a maioria do povo não ligava para o seu criador.
    A igreja pelo racionalismo fez com que o homem perder-se entre dois polos, como céu X inferno.
    No período do barroco havia uma exaltação maior dos sentimentos e não da razão diferente do período do renascimento onde se exaltava a razão e não os sentimentos das pessoas, ou seja, qualquer coisa valia mais do que o sentimento de uma pessoa.
    A religiosidade Barroca esta em tudo inclusive nas artes, como as esculturas de Santos e de Anjos que o mestre da escultura o Aleijadinho fazia.
    Nesta época a igreja queria dominar a mente das pessoas, ou seja, queria que as pessoas pensassem como eles, já que a igreja e sues membros tinham a maior parte do poder político se não quase todo.  


1.4) Literatura

     A literatura barroca caracteriza-se pelo uso da linguagem dramática expressa no exagero de hipérboles, metáforas, antíteses.
    Na literatura portuguesa, Francisco Rodrigues Lobo, com A corte na aldeia e Francisco Manuel de Melo, com Escritório do avarento, deram início ao Barroco Literário, mas a figura mais destacada foi o Padre Antônio Vieira, que representa as letras portuguesas e brasileiras.
    Por ter sido o 1° estilo praticado no Brasil o barroco marcou toda a sensibilidade artística do país, a Literatura Barroca portuguesa integrada na cultura barroco em geral, foi um produto natural da sociedade portuguesa dos seiscentos e dos setecentos.
    A produção literária mais abundante de Portugal nesta época é a propaganda e de edificação religiosa que defendia a concepção de mundo da Reforma Tridentina, assim a literatura barroca tem uma linguagem dominada pelas imposições formais que traduz a subordinação ao pensamento e à autoridade da igreja.
    O Barroco brasileiro foi um período que, no Brasil, iniciou-se nos séculos XVII e XVIII a partir do ciclo do ouro, e o barroco brasileiro é caracterizado pelo movimento sinuoso das formas, pelo jogo dos opostos, pela luz tangente.
    O Barroco brasileiro tem particularida desde que o diferenciam do barroco europeu, pois a arte barroca mineira tem aspectos que à aproximam da arte das cidades portuguesas de Braga e Porto.
    O Barroco tornou-se a verdadeira expressão de liberdade, em uma frase de dominação e opressão constitui na possibilidade de infringir regras e criar soluções inexplicáveis.
    


Poesia

    A poesia lírica de Gregório de Matos pode ser dividida em sacra lírica e amorosa lírica encomiástica, lírica filosófica.
   Poesia lírica sacra: expressa a cosmo visão barroca, a insignificância do homem perante DEUS, a consciência nítida do pecado e a busca do perdão.
 
 
  
1 Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
2 Em cuja lei protesto de viver,
3 Em cuja santa lei hei de morrer,
4 Animoso, constante, firme e inteiro:

5 Neste lance, por ser o derradeiro,
6 Pois vejo a minha vida anoitecer;
7 É, meu Jesus, a hora de se ver
8 A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

9 Mui grande é o vosso amor e o meu delito;

10 Porém pode ter fim todo o pecar,
11 E não o vosso amor que é infinito.

12 Esta razão me obriga a confiar,
13 Que, por mais que pequei, neste conflito
14 Espero em vosso amor de me salvar.
  
    Nas duas primeiras estrofes o autor expressa a contrição religiosa e a crença no amor infinito de Cristo, para manifestar no final a certeza do perdão.
 
 

      Poesia épica:


      O ideal épico correspondia à concretização dos valores huanistas típicos deste período. Em 1572 Luíz de Camões publicou Os Lusíadas, tomando como tema a história de Portugal, partindo da viagem de descobrimento à caminho da Índia 


Prosa

    As instituições religiosas tinham grande peso na vida cultural do país nesta época. Destaca-se a figura de padre Antônio Vieira, modelo da prosa classica portuguesa, que tinha intenções claras de assumir na vida pública, vontade essa que marca suas cartas e sermões. Os seus textos oratórios revelam um grande virtuosismo na argumentação e na procura de efeitos de surpresa, entusiasmo e espanto sobre o auditório, quer tratasse de questões morais ou políticas e sociais.
    A prosa Barroca luso-brasileira é representada, especialmente, pelos sermões de padre Antônio Vieira, todavia sua genialidade no manuseio das palavras transformou-no no maior prosador e orador de língua portuguesa do século 17.
    Seu interesse maior era a catequese dos índios. Para isso aprendeu suas línguas e percorreu por 5 anos as aldeias indígenas na Bahia,pregando para os nativos, tal interesse o fez defender os índios do cativeiro, provocando a raiva dos colonos que queriam escravisá-los no trabalho da lavoura e das minas.
      


1.6) O Homem barroco

    O homem Barroco não é a principal fonte para o movimento ja que o movimento busca elevar o sentimento o místico, o supremo.
    Em algumas obras podemos perceber que os artistas exaltavam os deuses perante o homem, sendo assim passavam a imagem de que Deus era o centro do universo quebrando a visão da época medieval de que o homem era o centro de tudo.
    O homem barroco e o do século XXI são o mesmo perplexo e dilacerado entre a consciência de um novo mundo. Ontem revelado pelas grandes navegações e hoje pelo avanço da técnica e de uma estrutura anacrônica.
    A contra-reforma, a inquisição, o absolutismo, hoje o risco da guerra nuclear. Pode-se ver até agora a atmosfera do Brasil na época colonial, profunda crença religiosa, com acentuada preocupação com a morte e a sobre vida em outro mundo, tanto o artista barroco quanto o artista moderno exprimem o seu instante social e existencial.



A REFORMA E A CONTRA-REFORMA:

A Reforma Protestante foi um movimento de contestação à doutrina da Igreja Católica e teve como principal líder o alemão Martinho Lutero. Apesar de ter sido um movimento religioso, provocou mudanças em outros setores da cultura européia. Favoreceu, por exemplo, a formação dos Estados nacionais, ao propor que cada nação se libertasse do poder do papa.
A Igreja Católica, porém, logo se organizou contra a Reforma. Na verdade, desde o início do século XV havia essa reação espiritual, mas apenas no século XVI essa reação viria a constituir a Contra-Reforma.
Com a ação das grandes ordens religiosas, como a Companhia de Jesus, a Igreja Católica retomou sua força e construiu novas e grandes igrejas.
A arte voltava a ser vista como um meio de ampliar a influência católica.
Á esses dois marcos: o Absolutismo e a Contra-Reforma podem ser ainda somados outros eventos importantes como a Revolução Comercial, resultante do ciclo das grandes navegações que modificou os sistemas econômicos até então vigentes e favoreceu as descobertas de novas terras.
A própria cultura barroca seria instrumento ideológico de uma classe poderosa, a burguesia, que via naquela um agente de seu interesse, principalmente na Holanda, Bélgica e França.
Assim, a opinião pública, pré-condicionada, foi manipulada por inúmeros artifícios, notadamente nas artes plásticas, no teatro e nos festivais religiosos.
 
As reformas religiosas foram:


- Função do sacerdote (líder, dízimo, impostos dos governantes): poder espiritual e temporal.
- Calvino corta com a Igreja e obtêm apoio dos governantes (evitar mandar dinheiro para Roma e construir governos locais).
- O sacerdote protestante não tinha o poder de perdoar ninguém, o perdão tem que vir da própria consciência do pecador e buscavam a ensinar a “salvação” através das leituras realizadas na Escola Dominical. O pecador reconhece a sua culpa com base nos ensinamentos religiosos. As traduções eram interpretativas, subjetivas e buscavam o enriquecimento pessoal pela graça divina, onde o trabalho é o caminho da salvação e da continuidade da obra divina.
- O sacerdote não tinha acesso às escrituras. Ele era custeado pela comunidade, pode casar-se e o dízimo era recolhido no hollerith e controlado pelo estado.
- Com o enfraquecimento da nobreza e o fortalecimento da burguesia, o catolicismo centrado em Roma reagiu. O Concílio Tridentino visava conter a debandada e expandir os números de fiéis.
- Na época a Península Ibérica dominava o mundo, ao invés de buscar àquele que demandou, buscou na Contra-Reforma (Santo Ofício da inquisição) mais na Companhia de Jesus representada pelo Pe. Inácio de Loyola (espanhol) através da catequese, trabalhando em troca da salvação.
- Para garantir o acesso da comunidade negra, associaram as imagens africanas com o catolicismo.

BARROCO NO BRASIL



BARROCO NO BRASIL


  • A publicação de “Prosopopéia” de Bento Teixeira, marca o início oficial do Barroco no Brasil.
  • Os jesuítas são os responsáveis históricos pela formação do Barroco
  • Realidade cultural  a partir do surgimento de cidade e vilarejos de Minas Gerais.
  • Novas cidades e vilarejos originaram o desenvolvimento de manifestações culturais e artísticas como: arquitetura, artes plásticas, música e literatura.
  • Antônio Francisco, o Aleijadinho, visto como maior gênio da arte barroca
  • NA POESIA: Gregório de Matos – o “Boca do Inferno”
  • NA PROSA: Pe. Antônio Vieira



CARACTERÍSTICAS E ASPECTOS FORMAIS E TEMÁTICOS DO BARROCO


  • Uso intenso das figuras de linguagem: antítese, paradoxo, metáfora pura, hipérbato, hipérbole, prosopopéia.
  • Efemeridade e transitoriedade da vida que levam o poeta a gozar a vida em sua plenitude (tema carpe-diem).
  • Busca de redenção para os pecados
  • Pessimismo perante a vida
  • Tendências opostas e conflitivas: o teocentrismo medieval e o antropocentrismo renascentista, faz o homem barroco tentar encontrar um ponto de união entre forças opostas antagônicas: razão x fé, sensualismo x misticismo, realismo x idealismo, amor x ódio, céu x inferno, bem x mal...
  • CULTISMO: jogo de palavras, emprego abusivo de figuras de linguem, excesso de detalhes das artes plásticas; e o CONCEPTISMO: ocorre, principalmente, na prosa, corresponde ao jogo de idéias e figuras que se dirigem ao intelecto.
  • Principais temas barrocos: morte, sobrenatural, fugacidade da vida e ilusão, castigo, heroísmo, erotismo, cenas trágicas, apelo à religião, ao céu – temer a Deus, arrependimento, dedução do mundo.



PRINCIPAIS AUTORES NA LITERAATURA BARROCA BRASILEIRA


·         POETA: GREGÓRIO DE MATOS – “O BOCA DO INFERNO”

Escreveu poemas amorosos, religiosos e satíricos. Sua obra tem especial importância por ter incorporado à literatura feita no Brasil o léxico local.



Poeta consciente dos problemas sociais do país, Gregório de Matos não poupou o clero, os políticos, os donos de terras, as autoridades locais, a sociedade baiana foi severamente criticada, por isso recebeu o apelido de “boca do Inferno”.



Escreveu poemas religiosos criados a partir do binômio culpa-arrependimento. O senso do pecado é o que mais ressalta. Um terror permanente em face da morte e da fragilidade e limitações do homem.

Sua poesia sacra segue uma trajetória autobiográfica: inicialmente zombou da igreja católica, estando próximo da morte, arrependeu-se e retornou a doutrina cristã.



Poemas amorosos (poesia lírico-amorosa) é fortemente marcada pela característica barroca do contraste, da identificação entre opostos. A noção de pecado é muito forte; a mulher é, por um lado, um anjo de candura e, por outro, demoníaca. Ele insiste nas imagens impostas pela ideologia católica, confundindo o amor e o encanto com sedução pecaminosa.



·         PROSA: PADRE ANTÔNIO VIEIRA

Escreveu cartas, ensaios e sermões;

Temática ligada à sociedade da época;

Textos mais representativos são: Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda; Sermão do Mandato; Sermão da Primeira Dominga da Quaresma; Sermão da Sexagésima.

Figura de relevo na vida política do século XVII em Portugal e no Brasil.

·         Denunciador dos sofrimentos físicos e morais dos escravos e negros – compara os sofrimentos dos escravos aos de Cristo.

·         Faz defesa ao índio escravizado pelos colonos do Maranhão, pregando que em lugar de se utilizar do suor alheio, os senhores deveriam procurar o sustento com os próprios braços, com suas mulheres e filhos.

·         Vieira trabalhou com os jesuítas a idéia de convencer o público por meio de um discurso, com o largo uso de figuras de linguagem para eletrizar o ouvinte e despertar-lhe a consciência. A repetição, com finalidade enfática, bem como o processo de pergunta-resposta foram usados com eficácia.

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