20 de ago. de 2010

Trecho de "O menino do pijama listrado

BRUNO FAZ UMA DESCOBERTA
Certa tarde, quando Bruno chegou em casa vindo da escola, surpreendeu-se ao ver Maria, a governanta da família - que sempre mantinha a cabeça abaixada e jamais levantava os olhos do tapete -, de pé no seu quarto, tirando todos os seus pertences do guarda-roupa e arrumando-os dentro de quatro caixotes de madeira, até mesmo aquelas coisas que ele escondera no fundo e que pertenciam somente a ele e não eram da conta de mais ninguém.
"O que você está fazendo?", ele perguntou tão educadamente quanto pôde, pois, embora não estivesse contente por chegar em casa e descobrir alguém remexendo nas suas coisas, sua mãe sempre lhe dissera para tratar Maria com respeito e não simplesmente imitar a maneira com que seu pai a tratava. "Tire as mãos das minhas coisas."
Maria sacudiu a cabeça e apontou para a escada atrás dele, onde a mãe de Bruno acabara de aparecer. Era uma mulher alta, de longos cabelos ruivos, presos numa espécie de rede atrás da cabeça; ela estava retorcendo as mãos em sinal de nervosismo, como se houvesse algo que ela não quisesse falar ou alguma coisa em que não quisesse acreditar.
"Mãe", disse Bruno, marchando em direção a ela, "o que está acontecendo? Por que a Maria está mexendo nas minhas coisas?"
"Ela está fazendo suas malas", a mãe explicou.
"Fazendo minhas malas?", ele perguntou, repassando rapidamente os eventos dos últimos dias para avaliar se fora um mau menino ou se dissera em voz alta as palavras que ele sabia não poder dizer e, por isso, estava sendo mandado embora. Mas não conseguiu pensar em nada que justificasse tal pensamento. Na verdade, durante os últimos dias ele se comportara de maneira perfeitamente decente com todos e não conseguia se lembrar de ter criado nenhuma confusão. "Por quê?", ele perguntou então. "O que eu fiz?"
A mãe já havia entrado em seu próprio quarto a essa altura, mas Lars, o mordomo, estava lá, fazendo as malas dela também. Ela suspirou e jogou as mãos para o ar em sinal de frustração antes de marchar de volta à escada, seguida por Bruno, que não ia deixar o assunto morrer sem uma explicação satisfatória.
"Mãe", ele insistiu. "O que está havendo? Estamos de mudança?"
"Venha comigo até o andar de baixo", disse ela, levando-o até a ampla sala de jantar onde o Fúria estivera para comer com eles na semana anterior. "Conversaremos lá embaixo."
Bruno desceu as escadas correndo e até a ultrapassou na descida, de maneira que já estava esperando pela mãe na sala de jantar quando ela chegou. Ele observou-a sem dizer nada por um momento e pensou consigo que ela não devia ter aplicado corretamente a maquiagem naquela manhã, pois as órbitas dos olhos estavam mais avermelhadas do que de costume, como os seus próprios olhos ficavam quando ele criava confusão e se metia em encrenca e acabava chorando.
"Veja, Bruno, não há motivo para se preocupar", disse a mãe, sentando-se na cadeira na qual se sentara a bela mulher loira que viera jantar acompanhando o Fúria e que acenara para ele quando o pai fechou a porta. "Na verdade, acho que será uma grande aventura."
"Que aventura?", ele perguntou. "Estão me mandando embora?"
"Não, não é apenas você", ela disse, parecendo que ia abrir um sorriso momentâneo, mas mudando de idéia. "Todos nós vamos embora. Seu pai e eu, Gretel e você. Todos os quatro."
Bruno pensou a respeito e franziu o cenho. Não o incomodava em especial se Gretel fosse mandada embora, porque ela era um Caso Perdido e só o metia em encrencas. Mas parecia um pouco injusto que todos tivessem que acompanhá-la.
"Mas para onde?", ele perguntou. "Aonde vamos exatamente? Por que não podemos ficar aqui?"
"É o trabalho do seu pai", explicou a mãe. "Sabe como isto é importante, não sabe?"
"Sim, é claro", disse Bruno, acenando com a cabeça, pois sempre havia na casa muitos visitantes - homens em uniformes fantásticos, mulheres com máquinas de escrever das quais ele deveria manter longe as mãos sujas -, e eram todos sempre muito educados com o pai e diziam que ele era um homem para ser observado e que o Fúria tinha grandes planos para ele.
"Bem, às vezes, quando uma pessoa é muito importante", prosseguiu a mãe, "o homem que o emprega lhe pede que vá a outro lugar, porque lá há um trabalho muito especial que precisa ser feito."
"Que tipo de trabalho?", perguntou Bruno, porque, se fosse honesto consigo mesmo - e ele sempre tentava ser -, teria de admitir que não sabia ao certo qual era o trabalho do pai.
Na escola todos conversaram um dia sobre seus pais, e Karl dissera que seu pai era quitandeiro, o que Bruno sabia ser verdade, porque o homem cuidava da quitanda no centro da cidade. E Daniel dissera que seu pai era professor, o que Bruno sabia ser verdade, porque o homem ensinava aos meninos maiores, dos quais era sempre melhor manter distância. E Martin dissera que seu pai era chef de cozinha, o que Bruno sabia ser verdade, porque, nas vezes em que o homem vinha buscar Martin na escola, sempre vestia bata branca e avental xadrez, como se tivesse acabado de deixar a cozinha.
Mas, quando perguntaram a Bruno o que seu pai fazia, ele abriu a boca para dizer-lhes e então percebeu que ele próprio não sabia. Só era capaz de dizer que seu pai era um homem para ser observado e que o Fúria tinha grandes planos para ele. Ah, e que ele também tinha um uniforme fantástico.
"É um trabalho muito importante", disse a mãe, hesitando por um momento. "Um trabalho que precisa ser feito por um homem muito especial. Você consegue entender isso, não é?"
"E todos nós temos que ir também?", indagou Bruno.
"Claro que sim", disse a mãe. "Você não gostaria que seu pai fosse até o novo trabalho e se sentisse solitário lá, gostaria?"
"Acho que não", disse Bruno.
"Papai sentiria muito a nossa falta se não fôssemos com ele", ela acrescentou.
"De quem ele sentiria mais saudade?", perguntou Bruno. "De mim ou de Gretel?"
"Ele teria saudades de ambos igualmente", disse a mãe, que era partidária da opinião de não escolher favoritos, o que Bruno respeitava, especialmente porque sabia que, na verdade, era ele o favorito dela.
"Mas e quanto à nossa casa?", perguntou Bruno. "Quem vai cuidar dela enquanto estivermos longe?"
A mãe suspirou e olhou o quarto ao redor, como se nunca mais fosse vê-lo novamente. Era uma casa muito bonita e tinha ao todo cinco andares, se incluirmos o porão, onde o cozinheiro preparava toda a comida e Maria e Lars sentavam-se à mesa discutindo um com o outro e chamando-se de nomes que não se deviam empregar. E se considerássemos o pequeno quarto no topo da casa, que tinha as janelas oblíquas através das quais Bruno conseguia ver até o outro lado de Berlim, se ficasse na ponta dos pés e segurasse firme no parapeito.
"Teremos que fechar a casa por enquanto", disse a mãe. "Mas voltaremos algum dia."
"Mas e quanto ao cozinheiro?", perguntou Bruno. "E Lars? E Maria? Eles não vão ficar morando aqui na casa?"
"Eles vêm conosco", explicou a mãe. "Mas agora basta de perguntas. Talvez seja melhor você subir e ajudar Maria a fazer as malas."
Bruno levantou-se da cadeira mas não foi a lugar nenhum. Havia apenas mais algumas perguntas que ele precisava fazer, antes que pudesse deixar o assunto de lado.
"É muito longe?", ele perguntou. "O emprego novo, quero dizer. Fica a mais de um quilômetro de distância?"
"Oh, céus", disse a mãe, rindo, embora fosse uma risada estranha porque ela não parecia feliz e se virou como se não quisesse que Bruno visse seu rosto. "Sim, Bruno", disse ela. "Fica a mais de um quilômetro de distância. Bem mais que isso, na verdade."
Os olhos de Bruno se arregalaram e a boca fez o formato de um O. Ele sentiu os braços pendendo estendidos ao seu lado, como costumavam ficar quando alguma coisa o surpreendia. "Você não quer dizer que iremos deixar Berlim, não é?", ele perguntou, sem fôlego, esforçando-se para proferir as palavras.
"Temo que sim", disse a mãe, acenando tristemente com a cabeça. "O trabalho de seu pai é..."
"Mas e quanto à escola?", disse Bruno, interrompendo-a, algo que ele sabia que não podia fazer, mas que pensou ser perdoável naquela ocasião. "E quanto a Karl, e Daniel e Martin? Como eles saberão onde eu estarei quando quisermos fazer alguma coisa juntos?"
"Você terá que se despedir dos seus amigos, por enquanto", disse a mãe. "Mas estou certa de que você os verá novamente com o tempo. E não interrompa sua mãe quando ela estiver falando, por favor", acrescentou, pois, apesar das notícias estranhas e desagradáveis, decerto não havia necessidade de Bruno quebrar as regras de boa educação que lhe foram ensinadas.
"Despedir-me deles?", ele perguntou, encarando-a com surpresa. "Despedir-me deles?", repetiu, cuspindo as palavras como se a boca estivesse cheia de bolachas que ele mastigara mas ainda não engolira. "Despedir-me de Karl e Daniel e Martin?", prosseguiu Bruno, a voz se aproximando perigosamente do grito, o que não era permitido dentro de casa. "Mas eles são os três melhores amigos da minha vida toda!"
"Ah, você fará novas amizades", disse a mãe, acenando com a mão no ar, como se dispensasse o assunto, supondo que, para um menino, fazer três grandes amizades para a vida toda fosse coisa fácil.
"Mas nós tínhamos planos", protestou ele.
"Planos?", perguntou a mãe, erguendo uma sobrancelha. "Que tipo de planos?"
"Bem, eu não posso entregar o jogo", disse Bruno, que não podia revelar a natureza exata dos planos - os quais incluíam criar muita confusão, especialmente dentro de algumas semanas, quando a escola fechasse para as férias de verão e eles não precisassem mais passar todo o tempo apenas fazendo os planos, mas pudessem, finalmente, colocá-los em prática.
"Sinto muito, Bruno", disse a mãe, "mas os seus planos terão que esperar. Não há escolha quanto a isso."
"Mas, mãe!"
"Já chega, Bruno", disse ela, agora ríspida, se levantando para indicar-lhe que tinha falado sério quando disse que já bastava. "Francamente, na semana passada você estava reclamando do quanto as coisas mudaram por aqui nestes últimos tempos."
"Bem, eu não gosto dessa história de apagar todas as luzes quando chega a noite", admitiu ele.
"Todos têm que fazer isso", disse a mãe. "É para a nossa segurança. E quem sabe, talvez seja menos perigoso se nos mudarmos daqui. Agora eu quero que você suba as escadas e vá ajudar a Maria a arrumar suas malas. Não temos tanto tempo quanto gostaríamos para fazer os preparativos, graças a certas pessoas."
Bruno acenou e saiu cabisbaixo, sabendo que "certas pessoas" era uma expressão que os adultos usavam para "pai", e que ele próprio não podia usar.
Ele foi vagarosamente até as escadas, segurando o corrimão com uma das mãos, e se perguntou se a casa nova, onde seria o novo trabalho, tinha um corrimão tão bom de escorregar quanto aquela. Pois o corrimão daquela casa vinha desde o andar mais alto - começava do lado de fora do pequeno quarto onde, se ele ficasse na ponta dos pés e segurasse firme no parapeito da janela, era possível ver até o outro lado de Berlim - até o piso térreo, bem diante das duas enormes portas de carvalho. E o que Bruno mais gostava de fazer era subir a bordo do corrimão no andar de cima e escorregar pela casa toda, fazendo barulho de vento ao longo do caminho.
Descia do andar de cima até o próximo, onde estavam o quarto do pai e da mãe e o grande banheiro, e onde ele não deveria ficar de maneira nenhuma.
Descia até o próximo andar, onde ficavam o seu próprio quarto e o de Gretel e o banheiro menor, que ele deveria utilizar com freqüência maior do que de fato fazia.
Descia até o térreo, onde caía do final do corrimão e tinha de aterrissar equilibrado nos dois pés, ou então perdia cinco pontos e tinha de começar tudo outra vez.
O corrimão era a melhor coisa da casa - além do fato de vovô e vovó morarem tão perto -, e quando pensou nisso ele se perguntou se eles também viriam até o emprego novo e acreditou que sim, pois seria impossível deixá-los para trás. Ninguém precisava muito de Gretel, porque ela era um Caso Perdido - seria bem mais fácil se ela ficasse para tomar conta da casa -, mas vovô e vovó? Aí já era outra história.
Bruno subiu devagar as escadas até seu quarto; porém, antes de entrar, olhou para trás e para baixo na direção do piso térreo e viu a mãe entrando no escritório do pai, que dava de frente para a sala de jantar - e onde era Proibido Entrar em Todos os Momentos Sem Exceção -, e escutou-a falando alto com ele, até que o pai falou mais alto do que a mãe era capaz, e isso terminou com a conversa entre eles. Então a porta do escritório se fechou, e, como Bruno não conseguiu mais ouvir nada, pensou que seria boa idéia voltar ao seu quarto e assumir a tarefa de fazer as malas, porque senão Maria era capaz de retirar todos os seus pertences do guarda-roupa sem o devido cuidado e consideração, até mesmo as coisas que ele escondera no fundo e que pertenciam somente a ele e não eram da conta de mais ninguém.

O menino do pijama listrado

Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz ideia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. 'O menino do pijama listrado' é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

dormitório de Auschwitz


crianças de Auschwitz


uniforme dos prisioneiros


campo de concentração


o nazismo

Aproximadamente 12 milhões de pessoas foram mortas pelos nazistas sem nenhum sinal de ordem escrita e, ainda hoje, muitas questões continuam sem respostas: quem ordenou a Solução Final? Quando foi tomada a decisão do destino dessas pessoas? Houve um plano que serviu de base para Solução Final? Como foi executado este plano?
O Holocausto é uma das maiores e piores atrocidades cometidas pelos seres humanos. Perseguições seguidas de muito sofrimento e muitas mortes.
Pessoas eram retiradas de seus lares obrigadas a abandonar toda a sua vida, toda a sua história e todo o seu passado.
Trens de carga vindos de toda a Europa ocupada pelos nazistas carregando judeus para currais humanos aonde eram fuzilados, obrigados a trabalhar até morrer ou serem asfixiados até a morte em câmaras de gás. Tinham seus cadáveres incinerados ou transformados em sabão, etc.
A megalomania de Adolf Hitler fez do Holocausto a guerra mais destruidora da História. Pregava um darwinismo tortuoso aonde as "raças" mais evoluídas eram os arianos, alemães e outros povos nórdicos destinados a destruir as "raças inferiores" - principalmente aos judeus, aos quais Hitler atribuía a maioria dos males da humanidade.

Breve Histórico do Holocausto
• 1933
Os nazistas sobem ao poder na Alemanha. Adolf Hitler se torna o primeiro ministro (chanceler) prometendo salvar o país da depressão - os nazistas suspendem "temporariamente" a liberdade civil.
Inauguração do primeiro campo de concentração em Dachau. Os primeiros internos são 200 comunistas.
Livros com idéias consideradas perigosas ao pensamento nazista são queimados.
• 1934
Hitler une sua posição como presidente e primeiro ministro para se tornar "Fuhrer" ou, em outras palavras mais simples, líder absoluto da Alemanha.
Jornais judaicos não podem ser mais vendidos nas ruas.

• 1935
Judeus tem seus direitos como cidadão e outros direitos básicos retirados.
Os nazistas intensificam a perseguição aos políticos que não concordassem com sua filosofia.

• 1936
Os nazistas tomas conta dos negócios dos judeus.
Os jogos olímpicos são sediados na Alemanha. As placas com coisas escritas difamando judeus são retiradas das ruas até o final no evento.
Os judeus não tem mais o direito de votar.

• 1938
Tropas germânicas anexam a Áustria a seu território.
Em kristallnacht, na noite conhecida como "Night of Broken Glass", os nazistas aterrorizam os judeus da Alemanha e Áustria - 30 mil judeus são presos.
Judeus são obrigados a carregar suas carteiras de identidade e seus passaportes são marcados com um "J". Também não comandam mais seus negócios; todas as crianças judias são transferidas para escolas judaicas.
Os negócios judaicos são fechados; são obrigados a largar sua segurança e suas jóias, abrir mão de suas carteiras de motoristas e seus carros.
Devem estar em certos lugares nas horas certas.

• 1939
A Alemanha toma conta da Tchecoslovakia e invade a Polônia.
A Segunda Guerra Mundial começa quando a Inglaterra e a França declaram guerra contra a Alemanha.
Hitler ordena que os judeus obedeçam a toques de recolher. Todos os judeus devem usar estrelas amarelas de David.

• 1940
Os nazistas começam a deportar judeus alemães para a Polônia.
Judeus são forçados a morar em guetos.
Começa então o primeiro assassinato em massa de judeus na Polônia.
Os judeus são postos em campos de concentração.

• 1941
A Alemanha ataca a União Soviética (ex-URSS).
Os judeus de toda a Europa Ocidental são forçados a morar em guetos, os judeus não podem sair de casa sem a autorização da polícia, os judeus são proibidos de usar os telefones públicos.

• 1942
Oficiais nazistas discutem a "Solução Final" (o plano de matar todos os judeus europeus) com os oficiais do governo.
Judeus são proibidos de escrever a jornais, ter animais domésticos, possuir equipamentos elétricos, ter bicicletas, comprar carne, ovos ou leite, usar transportes públicos e ir à escola.

• 1943
Por volta de 80 a 85% dos judeus que foram mortos no Holocausto já haviam sido assassinados.

• 1944
Hitler toma a Holanda e começa a deportar 12 mil judeus húngaros por dia para Auschwitz aonde são mortos.

• 1945
Hitler é derrotado e a Segunda Guerra Mundial termina na Europa.

• 1946
Um Tribunal Militar internacional é criado pela Inglaterra, França, Estados Unidos da América e a ex-URSS.
Na cidade de Nuremberg os líderes nazistas são condenados pelos crimes da guerra pela Assembléia Judicial.

• 1947
As Nações Unidas (ONU) estabelece um lugar para ser a terra dos judeus na Palestina (controlada pela Inglaterra na época) que em 1948 se tornaria o estado de Israel.


Auschwitz - maior campo de extermínio
Auschwitz fica localizado ao sul da Polônia e foi o maior campo de concentração e extermínio erguido pelos nazistas que se transformou no símbolo do Holocausto na Europa ocupada pelas tropas de Hitler.
Foram mortas 5 milhões de pessoas no campo de Auschwitz e seu campo vizinho em Birkenau. O principal instrumento de matança nesses dois campos eram as câmaras de gás e as cremações em fornos. A maioria dos mortos eram judeus, homossexuais, ciganos, poloneses, soviéticos, doentes e comunistas.
No total o extermínio alemão levou à morte mais de seis milhões de pessoas - muitas morreram de fome, de trabalhos forçados, de doenças e de torturas.
O campo de Auschwitz foi construído em 1940 e logo chegaram 728 prisioneiros poloneses. No fim de 1941 esse número já subia para 22.500 prisioneiros sendo 11 mil soviéticos (é muito importante ressaltar que os judeus não foram os únicos perseguidos).
No ano de 1942 o gás Zyklon B passou a ser usado na execuções e logo Auschwitz se tornara o maior campo de extermínio de judeus. Três anos depois foi desativado quando o Exército Vermelho Soviético lançou sua ofensiva na Europa contra as tropas de Hitler e libertou os prisioneiros.
O Dia da Recordação das Vítimas do Nacional-Socialismo foi instituído há mais ou menos quatro anos pelo então presidente da Alemanha, Roman Herzog, para lembrar a invasão de Auschwitz e sua liberação pelas tropas soviéticas.