2 de set. de 2011

Oficina Zine

Prática de Leitura e Escrita
Oficina Zine1 - material do professor
Ensino Médio


Justificativa


O fanzine é uma forma bem particular de publicação. Normalmente, os motivos que levam alguém a produzi‐lo são variados: vão desde divulgar trabalhos artísticos a manter contato com outras pessoas que tenham interesses em comum. No entanto, quem cria um fanzine quer sempre atuar, estabelecer relações e diálogos a partir de universos artísticos específicos, cujo espaço de divulgação na mídia tradicional é restrito.

Eles fazem, desta forma, parte indissociável de movimentos de contracultura, como o punk, o rock e os movimentos underground.

Mas as temáticas de um fanzine são variadas. Fazer um fanzine é apropriar‐se de diversas manifestações artísticas e de diferentes expressões culturais por meio das artes plásticas, da música, da literatura, do cinema etc. Por meio dessas publicações, é possível conhecer diferentes formas de arte, apreciá‐las e aprender a expressar‐se criativamente a partir delas.

Quem produz um fanzine quer criar vias, meios de apropriar‐se e de dialogar com manifestações sem espaço de circulação. Por meio das publicações independentes, o zineiro conhece, aprecia, apreende e faz parte de diferentes manifestações: ele cria um diálogo que anteriormente não existia.
Portanto, ensinar a ler e a produzir fanzines é permitir que os alunos criem e estabeleçam um diálogo que normalmente não lhes é garantido: é permitir‐lhes ter voz no contexto de ensino/aprendizado a partir do seu próprio universo cultural. A partir da produção de um fanzine, o aluno pode escolher sobre o assunto que ele quer estudar, ler e produzir. Fato que faz dele uma forma particular de aprendizado, gerando um ambiente propício a expressões e apreciações estéticas variadas, já que só se pode apreciar a partir de certos critérios estéticos.

Competências/conhecimentos que a experiência permite construir/explorar

A experiência envolvida na leitura e construção de fanzines permite a cada aluno desenvolver, principalmente:
• suas capacidades de leitura intersemiótica (ler e relacionar imagem e texto);
• outras capacidades de leitura (sobretudo, as relativas à percepção de relações de intertextualidade e interdiscursividade, à percepção de efeitos de sentidos decorrentes de escolhas feitas pelo autor em diferentes níveis, à reflexão sobre as condições de produção que envolvem qualquer texto e às capacidades de apreciação e réplica);
• competências relativas à produção textual, referentes à produção de resenhas e textos de opinião;
• suas capacidades criativas por meio do uso combinado de texto e imagens.

Objetivos

Com essa oficina, pretende‐se que o aluno possa:
• compreender o que é um fanzine, situando‐o social e historicamente;
• desenvolver as capacidades de leitura anteriormente mencionadas;
• ler fanzines e ser capaz de apreciá‐los criticamente;
• produzir resenhas;
• utilizar as estratégias de planejamento e diagramação para criar um fanzine;
• criar um fanzine.

Recursos necessários

• Impressão ou cópia xérox do projeto (versão do aluno) para todos os alunos
• Impressão das orientações para o professor
• Acesso a computador com internet
• Papel sulfite A4
• Cartolina ou papel canson A4
• Tesoura e cola
• Grampeador
• Cópias de reprodução dos fanzines

Cronograma previsto



O texto que se segue está organizado a partir dos conteúdos apresentados no material do aluno com orientações para o professor destacadas em quadros sombreados.

Oficina Zine2

Apresentação

Você já deve ter visto algum dia um filme muito bom, tão legal que você ficou morrendo de vontade de contar para todos os seus amigos como era esse filme: os personagens, a história, a trilha, o momento mais emocionante/instigante etc.; você queria contar tudo.

Essa vontade incontrolável de compartilhar o que você viu, leu ou ouviu surge porque você quer que seus amigos tenham a mesma sensação ou a mesma emoção que você sentiu ao ver esse filme.

Isso é absolutamente normal. Acontece comigo, com você, com seus colegas; com todo mundo. Eu, por exemplo, quando escuto uma música que acho o máximo, morro de vontade de mostrá‐la para todo mundo; quero que todo mundo a ouça; fico querendo compartilhar com meus amigos as experiências que eu tive ao escutá‐la: “olha esse baixo!”, “essa percussão é demais!”, “preste atenção no que ele diz nesse trecho” etc.
Existe uma forma muito criativa de compartilhar com as pessoas essas nossas experiências: produzir um fanzine. Durante essa oficina, você, seus colegas e seu professor irão adentrar nesse universo dos fanzines.

Os Autores

Para que vocês possam conhecer mais o universo dos fanzines, a proposta é que realizem as seguintes atividades:

I. CONHECENDO O FANZINE.

Professor, essa seção tem os seguintes objetivos:
•apresentar o gênero fanzine;
•possibilitar que os alunos identifiquem as características de um fanzine por meio da exploração de seu contexto de produção e dos elementos que compõem uma página de fanzine;
•apresentar aos alunos os zineiros: quem faz os fanzines e porque os faz.
Atividade 1. Quem escreve fanzine? Por quê? E para quem?
Atividade 2. E eu, sou fã do que mesmo?

II. DO QUE É FEITO UM FANZINE?

Professor, essa seção tem o objetivo de apresentar aos alunos as múltiplas temáticas de um fanzine, associando‐as ao movimento artístico conhecido como contracultura, para, em seguida, levá‐los a pensarem em um tema de fanzine. Durante essa seção, trabalham‐se também algumas questões de composição textual: incentiva‐se a pesquisa e a produção a partir da temática escolhida pelos alunos e, por fim, a elaboração de resenhas, como uma produção típica do fanzine.
Atividade 3. Do que falam os fanzines? Do que eu falaria no meu fanzine?
Atividade 4. O que os zineiros escrevem?

III. COMO FAZER UM FANZINE?

Professor, essa seção tem o objetivo de possibilitar que os alunos produzam um fanzine. Primeiro, apresenta‐se o conceito de diagramação e o uso que os zineiros fazem dessa para subverter a arte gráfica e construir páginas provocadoras. Depois, introduz‐se a ideia da necessidade de produção de um “boneco”, como guia de confecção de um fanzine.

Atividade 5. Como é que se faz um fanzine? É fácil?

a) A diagramação
b) O “boneco”

IV. PRODUZINDO UM FANZINE, FINALMENTE!

Professor, essa seção é dividida em dois momentos e tem o objetivo de guiar, de maneira segura e bem estruturada, os alunos durante a confecção do fanzine. A primeira etapa dessa seção refere‐se à construção dos elementos textuais e imagéticos do fanzine. A segunda parte dedica‐se à construção efetiva dele: produção de um boneco, seleção de textos e imagens e elaboração de resenhas etc.

Atividade 6. Retomando o percurso.
Atividade 7. Mãos à obra!

V. AUTOAVALIAÇÃO. EU SOU O MEU CRÍTICO MAIS SEVERO.

Professor, essa seção tem o objetivo de levar os alunos a refletirem sobre seu processo de aprendizagem por meio da retomada dos elementos aprendidos e estruturados durante as aulas da oficina. Também tem o objetivo de estabelecer critérios para que possam avaliar os fanzines que produziram.
Atividade 8. Será que fizemos um fanzine legal?

VI. AVALIANDO OS FANZINES PRODUZIDOS.

Professor, nessa seção a ideia é que os fanzines sejam socializados, lidos pelos colegas e avaliados segundo os mesmos critérios da seção anterior. Também está prevista a avaliação da própria oficina.
Atividade 9. Eu sou o crítico dos fanzines de meus colegas.
Atividade 10. Por fim, eu sou o crítico da oficina.

I. CONHECENDO O FANZINE.

Aula I - Conheça o fanzine.

Professor, essa aula tem os seguintes objetivos:
•apresentar o gênero fanzine;
•possibilitar que os alunos identifiquem as características de um fanzine por meio da exploração de seu contexto de produção e dos elementos que compõem uma página de fanzine;
•apresentar aos alunos os zineiros: quem faz os fanzines e por que faz.

PASSO 1

Pergunte aos alunos o que sabem sobre fanzine, se já leram ou produziram algum e se conhecem alguém que os produza.

Leia o texto inicial até a questão 1.

PASSO 2

Peça que façam comentários preliminares sobre a página de fanzine (a discussão suscitada pelas questões propostas vai aprofundar a análise posteriormente. De início, a ideia é que apenas troquem as primeiras impressões). Peça aos alunos que respondam às questões 1, 2 e 3.

PASSO 3

Proponha uma retomada das questões propostas.

Observe se percebem o humor presente na arte: o fato da personagem, mesmo emudecida pelo texto “Urgente, Declarações” (o que já indicaria uma contradição em si), diz o que ela quer por meio de broches.
Questione‐os sobre o seguinte: o que a personagem diz é, realmente, uma declaração urgente? É importante saber se alguém ama coxinha? Em seguida, questione‐os sobre o que é importante ser declarado. E, por fim, sobre o próprio dito: Ele é importante e urgente, nesse caso, para quem? Indique aos alunos que a importância e a urgência de se dizer algo podem ser sentidas quando se foi obrigado a calar; a não dizer. E nesse caso o urgente pode ser mesmo pessoal e individual. E dizer que se ama coxinha, ou o que quer que seja, torna‐se importante. Outra possibilidade é interpretar que o autor quis de fato produzir um efeito de humor, relacionando “declaração importante” com coisas na verdade banais ou já sabidas.

Pergunte: quando nosso direito de fala é proibido? E, historicamente, o Brasil já passou por momentos de silêncios obrigatórios? Em seguida, leia o texto que se segue. Mas antes, antecipe aos alunos que eles estudarão uma arte gráfica independente que trabalha com o que não é normalmente dito e que não tem espaço de publicação. Esse movimento, durante a ditadura brasileira, teve uma grande importância, mantendo viva a expressividade de cada artista zineiro. Portanto, eles terão a oportunidade de declarar o que eles acham urgente e que, em geral, não é dito pela mídia.

O conteúdo mais pontual das questões propostas é retomado nas observações que as sucedem.

PASSO 4

Lance a questão 4 e, se for o caso, acompanhe os registros que os alunos farão. Veja se algum aluno possui algum fanzine ou pode conseguir algum e peça para que traga na aula que vem, ocasião em que deve ser explorado pela classe.
Atividade 1. Quem escreve fanzine? Por quê? E para quem?

Fanzine, ou zine para os íntimos, é um tipo de publicação bem parecido com um jornal ou com uma revista.

No entanto, existe algo de único nessa publicação: Zine é, digamos assim, um estilo de vida. Fazer um fanzine é como andar de skate, “curtir um som”, ter uma banda ou fazer poesia. Quem publica um fanzine tem atitude: quer mexer, provocar e incomodar. Um zineiro tem prazer em publicar seus desenhos, seus textos e suas ilustrações; desta forma ele dá vida a sua imaginação, a sua criatividade e, principalmente, ao seu universo particular: fanzine é um espaço único de divulgação, de comunicação, de posicionamento e de compartilhamento. Por meio dessas publicações, é possível conhecer pessoas; cria‐se um veículo de comunicação entre um grupo que não tem espaço na mídia oficial. Portanto, ele não deve ser confundido com um jornal ou uma revista: a arte de um fanzine é provocadora e irreverente. Não existe certo ou errado, vale tudo: colagem, desenho, fotografia, ilustração digital etc.

1. Veja uma página de fanzine e tente identificar o que o autor usou: colagem, desenho, computador...

Professor, essa questão tem o objetivo deindicar aos alunos que a produção de um fanzineaceita todo o tipo de experimentação gráfica.No caso, o artista usou a colagem, ocomputador (eu amo coxinha) e o desenho(balão que indica o pensamento da figuraprincipal).










2. Explore os elementos da página:

Quais são as referências culturais externas (símbolos, dizeres que circulam em outros contextos etc.) presentes?

O símbolo da paz e outras referências da cultura hippie; o slogan “love x” ou “Eu love x”; uma chamada típica de uma certa imprensa (“urgente”); recursos de histórias em quadrinhos (balão) etc.

O que a exclamação representa?

Faz referência à frase “urgente declarações”. Uma possibilidade de sentido é considerar que o que se tem a dizer, seja lá o que for é importante, surpreendente etc.


O lugar da colagem do “urgente, declarações” diz alguma coisa?

Pode indicar que a personagem está emudecida ou calada pela urgência de declarações. Outra possibilidade é considerar que há uma contradição proposital: se quer falar algo, mas a boca está tampada.
3. Procure localizar nessa página de fanzine algumas das características desse tipo de publicação mencionadas.

A imagem tem atitude: quer mexer, provocar e incomodar o leitor. É provocadora e usa vários elementos e várias técnicas, como já destacado na questão 1. Ela surge da imaginação do zineiro, que expressa sua opinião e o seu universo particular.

4. Caso algum colega seu de classe já tenha feito um fanzine ou tenha costume de ler fanzines ele poderá acrescentar algumas informações sobre esse tipo de publicação. Registre aqui a contribuição do seu colega.
Atividade 2. E eu, sou fã do que mesmo?

As questões que se seguem não supõem certo ou errado como resposta, cada aluno pode respondê‐las livremente. No entanto, deve‐se incentivá‐los a considerar que as questões artísticas e sociais são temáticas importantes e recorrentes no universo do fanzine. Também servem para você conhecer um pouco mais dos seus alunos.

Como já dito, quem escreve um fanzine quer participar, agir e criar dentro de uma comunidade ou de um grupo sem espaço de comunicação e de divulgação na mídia oficial. E você, gostaria de falar sobre o quê? Existem muitos assuntos que ele pode abordar, estes são apenas alguns. Escolha um dos temas a seguir:

[ ] música
[ ] games
[ ] quadrinhos
[ ] livros, contos, poesia
[ ] filmes, animações

1. Existe, na verdade, uma possibilidade enorme de temas para você escolher. Só não se esqueça do seguinte: fanzine é uma ótima oportunidade de falar para todo mundo o que você sempre quis, mas nem sempre encontrou ouvidos disponíveis. Portanto, essa é a hora: os zineiros querem escutar você.
Primeiro, diga com quais dos temas acima você mais se identificou. Em seguida, escreva por que você escolheu esse assunto e não outro.
____________________________________________________________________________

Em seguida, faça uma lista a partir do tema que você escolheu.

Pense em um título que indicará o assunto da sua lista: os 5 melhores filmes de terror; os 5 gibis de que eu mais gosto; as músicas que eu mais escuto; os jogos de videogame mais emocionantes etc. Componha a sua lista e reflita sobre as qualidades que fizeram você escolher cada elemento que a compõem. Por exemplo: é novo; meus amigos ainda não conhecem; ele é divertido; meus amigos vão gostar de conhecer etc.

Título/tema da minha lista:
1o
2o
3o
4o
5o

4. Escolha um dos elementos que compõe a sua lista para compartilhar com os colegas.
Para dividir essa informação com seus colegas é importante que você se prepare antes. Portanto, descreva sucintamente o objeto escolhido.

•O que ele é: uma música, uma banda, um game, uma história em quadrinhos, um livro, um contos, uma poesia, um filme, uma animação etc.?

•Como ele é? Ele é “legal”, emocionante e divertido? Seus amigos vão gostar? Por quê? Quais são as qualidades que podem chamar a atenção e atrair seus colegas? A novidade, a originalidade, a qualidade técnica etc.?

•Pense no que seria importante dividir com seus colegas. O que eles gostariam de saber sobre o que você escolheu? Escreva um pequeno parágrafo contendo as informações das questões anteriores: o que é, como ele é e por que você o escolheu.
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5. Por fim, forme pequenos grupos e divida com seus colegas o que você escolheu contar. Troque informações e descubra que gostos vocês têm em comum e quais são diferentes. Tente observar: o que é, como é e a qualidade daquilo que seus colegas escolheram compartilhar.

II. DO QUE É FEITO UM FANZINE?

Professor, essa seção tem o objetivo de apresentar aos alunos as múltiplas temáticas de um fanzine, associando‐as ao movimento artístico conhecido como contracultura, para, em seguida, levar os alunos a pensarem em um tema de fanzine. As atividades têm como objetivo ainda questões referentes à composição textual, incentiva‐se a pesquisa e a produção a partir da temática escolhida pelos alunos e, por fim, a elaboração de resenhas, como uma produção típica do fanzine.

PASSO 1

Retome a aula anterior e questione os alunos sobre que tipo de texto circula em um fanzine. Em seguida, pergunte‐lhes sobre o que eles escreveriam em um fanzine. Anote os temas ditos pelos alunos na lousa e questione‐os sobre quais deles eles leriam. Relembre‐os de que toda publicação supõe um público: qual seria o público dos fanzines? Quem os lê? Procure mostrar que, em geral, são pessoas com o mesmo interesse e gosto de quem escreve um fanzine.

PASSO 2

Após as questões anteriores, leia com os alunos o texto que antecede os exercícios. Durante a leitura, alguns conceitos importantes ao contexto dos fanzines serão apresentados: o movimento de contracultura, o movimento “beat generation”, o movimento “hippie” e outros ligados a contracultura. O conceito de contracultura é muito importante para se entender o que representa a produção de uma publicação independente como o fanzine. Portanto, enfatize o fato de que, como os movimentos surgidos nos anos 1960, ele visa contestar valores, normas, gostos e padrões, que ele visa transformar o que é habitual.

PASSO 3

Por fim, peça para os alunos fazerem as atividades propostas. A tarefa intitulada Trace com o grupo de editores do seu fanzine algumas metas de pesquisa deve ser feita em grupos de 4 a 5 alunos que responderão a cada item, mas que concluirão suas pesquisas em outro horário ou espaço (em casa ou no laboratório).
Esclareça que começarão a produzir um fanzine que depois será lido e avaliado por todos da classe.

A atividade 4 refere‐se à produção de resenhas e pode ser feita também em casa, mas as produções devem ser lidas no outro dia na sala e corrigidas por você.

Para a atividade 6, será necessário que eles tragam os textos e imagens pesquisados para a próxima atividade.

Fazem parte da contracultura os movimentos artísticos de mobilização e contestação social que tiveram seuauge nos anos 1950 e 1960 com a Beat Generation(grupo de escritores americanos da década de 1950 quetinham uma produção visceral inspirada pelo ritmo do jazz) e com o movimento Hippie (movimento dasdécadas de 1960 e 1970 que pregava a vida comunitária em comunhão com a natureza, negavam onacionalismo e a guerra e pregavam o amor e a paz).

Além desses dois, a contracultura é formada por movimentos culturais que questionam os valores, normas,gostos e padrões de comportamento tradicionais ou da dita cultura valorizada e que buscam, por meio dasexpressões individuais, uma transformação de consciência.

Atividade 3. Do que falam os fanzines? Do que eu falaria no meu fanzine?

Os fanzines falam, normalmente, sobre música. Mas, como nós vimos na atividade passada, os temas variam muito, eles vão desde estilos musicais (rap, reggae, rock, punk), a tipos de filme (suspense, terror, filme B, filmes independentes), passando por quadrinhos (mangás, animes, comic novels etc.). Não existem regras fixas para um zineiro: ele é independente e questionador. Os fanzines são ligados aos movimentos de contracultura.

Assim, eles são ligados a manifestações e expressões artísticas, como as artes plásticas, a música e a literatura. Os fanzines são, portanto, parte indissociável de movimentos contestadores marcados pela contracultura: o movimento punk – surgido no final da década de 1970, inspirado pelo princípio da autonomia “faça você mesmo” e pela perspectiva marginal buscando uma alternativa à cultura tradicional – e o indie – denominação surgida nos anos 1980 que busca definir aqueles artistas que desenvolveram meios e princípios de produzirem e viverem independentemente da indústria cultural. Os fanzines são, assim, um meio de divulgação desses movimentos.

Está na hora de você buscar materiais para o seu fanzine. Pesquise. Trace algumas metas de pesquisa e colete materiais: fotos, ilustrações, quadrinhos, desenhos... Mas antes monte um grupo de 4 a 5 alunos que tenham algum tipo de interesse em comum: esse grupo será a sua equipe de zineiros, o corpo editorial do seu fanzine. Portanto, daqui para frente, todas as atividades coletivas referentes à produção de fanzine serão feitas por esse grupo. Dê um nome ao grupo (o mesmo nome do fanzine de vocês) e divirta‐se.

Agora vamos à primeira tarefa atribuída aos editores do fanzine: buscar materiais.
Trace com o grupo de editores do seu fanzine algumas metas de pesquisa.

Professor, essa atividade deve ser iniciada em sala, mas concluída em outro momento. Indique a pesquisa e a coleta de materiais para a confecção do fanzine como uma atividade permanente até o final da oficina. Peça para os alunos trazerem aos poucos o que eles pesquisarem e coletarem: reserve o fim de algumas aulas para eles dividirem com os colegas os materiais pesquisados e selecionados.

1. Retomem os assuntos e listas que cada membro do grupo definiu na atividade 2. Veja se o grupo se coloca de acordo com algum dos temas ou escolham outro que agrade a todos do grupo.

2. Escolham um nome para o grupo de vocês.

3. Definam as fontes de pesquisa (livro, internet, jornal, revista etc.)

4. Busquem textos e imagens já existentes sobre o tema que você escolheu. Por exemplo: se você escolheu fazer um fanzine sobre um grupo ou estilo musical; selecione letras de músicas, opiniões de fãs, fotografias da banda, imagens de show, de capas de CD. Se você escolheu fazer um fanzine sobre literatura, escolha foto de autores, livros, personagens de histórias importantes, poesias, contos, aforismos, opiniões de leitores etc.

Portanto, você deve escolher imagens e textos para recortar, transformar, colar, desenhar e criar a partir deles.

ATENÇÃO: você usará sua pesquisa, os textos e as imagens, para fazer o seu zine. As imagens e os textos pesquisados por vocês formarão, por meio de colagens, a base das páginas do seu fanzine. Veja os sites: http://www.ligazine.com.br/fzn_zines.asp; http://www.ninaflores.blogger.com.br/ e tenham uma ideia de como serão as suas colagens.

Atividade 4. O que os zineiros escrevem?

Um dos tipos de textos muito presentes em fanzines é a resenha. Essa é uma forma que os zineiros encontram para divulgarem e se posicionarem frente ao trabalho dos seus amigos ou artistas que admiram. O objeto da resenha pode ser alguma banda, artista, show, livro, conto, poema, quadrinho, evento, outro zine etc.

As duas primeiras questões têm como objetivo avaliar o conhecimento prévio do aluno referente ao contexto de produção de resenhas. Esse exercício pode ser feito oralmente.

1. Leia as seguintes resenhas e diga se você já leu algo parecido. Se já, onde?

“João Quadrado é o nome da bandaindependente que está fervendo nocenário paulistano. Formada pelo ex‐vocalista da banda A Gravata de Jorge,João Quadrado, apresenta um som muitoconsistente: com guitarras barulhentas ebaterias jazzísticas. A nova banda não étão boa quanto a antiga banda do João, AGravata de Jorge, mas vale conferir onovo som do gênio indie paulistano”.

“A novidade de hoje é um livro decontos. O jovem autor paulistano,Rogério S. acaba de publicar seu 2o livropela editora Legos, intitulado Noites. Onovíssimo livro de Rogério S. aborda, demaneira sensível, a precária condiçãovivida pelos jovens moradores de rua daLapa. Noites é um livro imperdível”.

2. Qual é o objetivo dessas resenhas?

Divulgar e promover a banda João Quadrado e o livro Noites.

As resenhas publicadas em jornais, revistas e livros são textos feitos com o intuito de apresentar e divulgar algo aos leitores. Portanto, é um texto que fala o que é, como é, e se esse algo é “bom” ou “ruim” na opinião do autor da resenha, se vale a pena ou não conhecer a obra resenhada. As resenhas críticas fazem uma apreciação de um determinado livro, artista ou obra para que os leitores possam se informar sobre as novidades culturais. A diferença é que a obra resenhada nos zines, em geral, é de autoria de alguém não conhecido pela mídia.

3. Identifique os elementos de uma resenha. Leia as resenhas e grife as frases que apresentam/descrevem a obra ou o artista e circule aquelas que avaliam a obra.

“Bom dia, meu amor. Sonhou?É a novidadeeditorial do mês de abril. O novo livro daescritora pernambucana Gil de TucaBarbosa narra a vida de uma garotaperdida entre o sonho de ser cantora e arealidade apresentada pela vida. Bom dia,meu amor. Sonhou? É um suspenseemocionante que nos prende do começoao fim”.


Qual é o título da obra resenhada?
Bom dia, meu amor. Sonhou?
Qual o nome da autora?
Gil de Tuca Barbosa
Do que fala o livro resenhado?

Narra a vida de uma garota perdida entre o sonho de ser cantora e a realidade apresentada pela vida.Qual é o gênero do livro?

É um suspense (emocionante ‐ que nos prende do começo ao fim)

A resenha recomenda ou não a obra? Justifique.

Recomenda. Considera que o livro traz um suspense emocionante que prende o leitor.

4. Agora, façam pequenas resenhas a partir das seguintes informações:

Professor, cada aluno deverá fazer uma resenha própria contendo todos os elementos indicados. Leve em consideração o que foi trabalhado por eles no exercício anterior (o reconhecimento dos elementos textuais de uma resenha) para iniciar essa produção autônoma. Incentive‐os a encontrar diferentes formas de reunir as informações, explorando diferentes recursos da língua.

Assim, por exemplo, em relação às resenhas anteriormente lidas, poderíamos ter outras possibilidades de redação:

Gil de Tuca Barbosa surpreende de novo! Seu novo livro, Bom dia, meu amor. Sonhou?, é daquele tipo que a gente começa a ler e não quer parar mais. A escritora pernambucana narra a história de uma garota que sonha em ser cantora. Seu sonho se contrasta com a dura realidade da vida. Some‐se a isso uma dose de suspense (dos bons) e pode‐se começar a ter uma ideia do livro. Imperdível!!!
Moradores de rua vivem como? Pensam o quê? Fazem planos? Esse é o mote do novo livro de Rogério S. – Noites – que acaba de ser lançado pela editora Legos. O autor trata de maneira sensível a condição de vida de moradores da Lapa. Para os que ainda defendem causas sociais!

Coloque na lousa essas novas resenhas, compare com as primeiras e proponha que os alunos pensem em outras possibilidades de redação para elas. Retome com eles o que foi trabalhado no exercício anterior (o reconhecimento de elementos de uma resenha – descrição/apresentação e apreciação/avaliação), lembrando‐os de que devem incluir essas informações/opiniões na resenha. Se não houver mais tempo, peça para que façam as duas resenhas da atividade em casa.

a)Banda: Os Seus.
Estilo: indie.
Origem: Osasco.
Tempo de banda: 1 ano.
Crítica: um som diferente, com influências que vão desde o rap ao jazz.
Apreciação: positiva.
Indicação: escutar a música A mãe do Freud.

Resenha:

Exemplo: Um som diferente, temperado com mistura de ritmos que vão do rap ao jazz, marca o novo disco da banda Os Seus, formada em Osasco há cerca de um ano. O disco todo vale a pena, mas não deixe de escutar a música A mãe do Freud. Confira!!!

b)Livro: Lama
Autor: Daniel Fernandes.
Origem do autor: São Paulo.
Gênero: conto.

Crítica: os contos são depressivos e muito descritivos, não apresentam nenhuma novidade e causam cansaço.
Apreciação: negativa.

Indicação: há um conto que vale a pena ser lido: A menina mulher da pele preta.
Resenha:

Exemplo: O paulista Daniel Fernandes acaba de lançar um novo livro de contos – Lama. Uma leitura difícil, que cansa. Os contos são muito descritivos, com temáticas já desgastadas e despropositadamente depressivos. Dos seis contos apresentados apenas um vale a pena ‐ A menina mulher da pele preta. Não perca tempo!!!!

Na próxima aula, peça para que alguns alunos leiam a resenha produzida e peça para que a classe teça comentários.

5. Agora, façam uma resenha para o seu fanzine. A partir do tema que o seu grupo escolheu, cada integrante do corpo editorial deverá selecionar uma obra para fazer uma resenha com o intuito de divulgar as obras escolhidas aos seus leitores. Por exemplo, se o seu fanzine é sobre literatura, faça uma resenha de um livro que contenha: o nome do livro, do autor, a editora, a origem do autor, o gênero do livro, uma breve síntese do enredo e a sua crítica ao livro.

Resenha:

Professor, por ser uma atividade que requer pesquisa e leitura, indica‐se que seja feita em um espaço fora da sala de aula e que seja retomada depois.

6. Agora, vamos a mais uma tarefa para os editores do fanzine ‐ ilustrar as resenhas com as imagens que vocês já pesquisaram: fotografias, desenhos próprios, pequenas frases recortadas de jornais e revistas etc.
Modelo: Folha sulfite (A4) dobrada ao meio. As imagens podem ser recortadas de jornal, revista, impressas da internet ou desenhadas por vocês. As resenhas, feitas no computador ou à mão devem ser associadas às imagens nas páginas.

Vocês também podem incluir outros textos pesquisados na atividade 3:

III. COMO FAZER UM FANZINE?

Professor, essa aula tem o objetivo de possibilitar que os alunos produzam um fanzine. Primeiro, apresenta‐se o conceito de diagramação e o uso que os zineiros fazem dessa para subverter a arte gráfica e construir páginas provocadoras. Depois, introduz‐se a ideia da necessidade de produção de um “boneco”, como guia de confecção de um fanzine.

Atividade 5. Como é que se faz um fanzine? É fácil?

a) A diagramação

As questões que se seguem não supõem certo ou errado como resposta, cada aluno pode responder livremente. Elas têm o intuito de levar os alunos a experimentarem e conhecerem alguns elementos de diagramação. Portanto, incentive‐os a explorar as inúmeras possibilidades gráficas, fazendo‐os subverter as regras convencionais das artes gráficas e levando‐os a construir as suas próprias regras, com o fim de levá‐los a criarem páginas instigantes.

Nós já vimos que os textos de fanzine podem ser feitos de várias maneiras: por meio de colagem, escritos à mão, no computador etc. Mas nós, ainda, não vimos algo muito importante: como colocar isso tudo em uma página. Como você já deve ter percebido, os zines não utilizam um jeito convencional de inserir os vários elementos nas páginas. Ao contrário, nos zines, o que vale é a criatividade, a ousadia no estilo. Pois bem, saber fazer uma página é saber diagramar. Para os textos convencionais, existem algumas regras de diagramação, mas, como você já pode prever, não há regras para um zineiro... Quebrar as regras convencionais faz parte do “jogo”.

1. Veja algumas regras de diagramação de publicação convencionais e compare com uma página de fanzine. Em seguida, diga com quais das regras o zineiro brincou e subverteu.

Professor, essa atividade pode ser feita em casa. Quando for retomá‐la em sala de aula, levante com os alunos os aspectos que eles conseguiram observar e indique que, mesmo subvertendo todas estas regras, o artista obtém um resultado estético bom e desejado por ele: de contestação.

REGRAS DE DIAGRAMAÇÃO PARA PUBLICAÇÕES CONVENCIONAIS

1. Não abuse das letras. Escolha um tipo de letra e não mude.
2. Coloque os elementos, texto e imagem, de maneira adequada e alinhada.
3. Escolha bem o tamanho das letras permitindo uma boa leitura.
4. Componha texto e imagem de maneira harmoniosa.









2. No site http://www.ninaflores.net/relicariodepalavras veja os fanzines produzidos pela autora e reconheça as estratégias de diagramação utilizadas pela artista Ninaflores. Quais são essas estratégias? Como ela compôs as capas dos fanzines: por meio de colagens, com quais materiais (fotografia, recortes de jornal, escrita à mão, desenhos, fotocópias etc.)?

Para compor as páginas do fanzine, a artista usa de colagens de fotografias de jornais, revistas, desenhos, gravuras, xérox e textos escritos à mão, recortes de jornais e revistas etc.

3. Agora chegou a sua hora de desenvolver as suas próprias regras de diagramação. Seja livre e criativo. Brinque com os elementos abaixo e construa em uma página a sua própria mensagem gráfica.

a)Recorte as figuras e as frases abaixo e as cole em uma folha canson da cor de sua preferência e do jeito que você preferir. Aproveite para experimentar várias formas de diagramação, acrescentando o que você quiser.




b)Em seguida, a partir da sua experiência, construa, segundo o modelo, as suas próprias regras gráficas:

REGRAS DE DIAGRAMAÇÃO PARA A MINHA PUBLICAÇÃO
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2.________________________________________________________
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REGRAS DE DIAGRAMAÇÃO PARA PUBLICAÇÕES CONVENCIONAIS
1. Não abuse das letras. Escolha um tipo de letra e não mude.
2. Coloque os elementos, texto e imagem, de maneira adequada e alinhada.
3. Escolha bem o tamanho das letras permitindo uma boa leitura.
4. Componha texto e imagem de maneira harmoniosa.


4. Agora vamos criar algumas páginas divertidas para o fanzine. Vocês já fizeram resenhas, ilustraram‐nas; agora só falta construir páginas nas quais os editores de um fanzine expressam artisticamente suas opiniões por meio de colagens, desenhos e textos diversos.

1º Dobrem uma folha A4 ao meio.
Esse é o formato padrão do fanzine.

2º Escolham um texto (você pode recorrer aos textos pesquisados na atividade três.)
O texto será recortado e retrabalhado; será um elemento da colagem

3º Escolham uma imagem.
A imagem será recortada e retrabalhada; será um elemento da colagem

4º Observem o quadro anterior contendo as regras de diagramação.
As regras devem ser quebradas.

5º Subvertam algumas dessas regras. Criem duas páginas para o seu zine; uma para cada metade do papel sulfite.

Professor, os alunos de cada grupo de fanzine devem produzir duas ou mais páginas, conforme as regras e as etapas anteriormente estipuladas. Incentive a criatividade: indique imagens e diferentes textos de jornal e revista para que cada aluno desenvolva no espaço correspondente à metade de uma folha de sulfite uma arte que fará parte do fanzine. Indique a contravenção dos elementos anteriores como caminhos de composição, mas não os restrinja a tais regras; deixe‐os livres. No entanto, lembre‐os que o 4o elemento, a construção de uma página “harmoniosa”, é um elemento importante a ser considerado.

Passo 1

Retome oralmente com os alunos o que já foi estudado sobre fanzine até o momento: a temática, o contexto de produção, a pesquisa, a resenha, as técnicas de montagem etc. Antecipe para os alunos que, nessa aula, eles aprenderão a fazer páginas para um fanzine e que, portanto, eles usarão o que eles já pesquisaram, selecionaram e produziram.

Em seguida, leia com eles o texto que antecede o exercício.

Passo 2

Por fim, peça para eles fazerem os exercícios que compõem esta atividade.

b) O “boneco”

Professor, essa atividade visa trabalhar com os alunos a ideia de planejamento associada à produção de um “boneco”, indicando‐o como um guia para a confecção de um fanzine. Para essa aula, o aluno já deverá ter definido a maioria das páginas que irão compor o fanzine: a criação e a ilustração de resenhas e a produção de outras páginas. Caso isso ainda não tenha sido feito, esta aula deverá ser um espaço para que os alunos possam produzir essas páginas. O “boneco” é muito importante para a produção de um fanzine, pois ajuda a visualizar como ele será materializado.




Você, professor, deverá, durante esta aula, auxiliar seu aluno a construir uma imagem bem clara do que ele produzirá futuramente. Partindo das dificuldades que surgirem durante a execução desta atividade, recupere os elementos estruturais de um fanzine: capa, contracapa, produção pessoal (páginas de arte gráfica e expressão pessoal), resenha, quarta capa e terceira capa. Indica‐se que você siga cada passo desta aula junto com os alunos, fornecendo‐lhes exemplo de como um boneco deve ser feito.

Vamos recapitular o que vocês já fizeram até aqui: pesquisaram textos e imagens, fizeram resenhas, ilustraram‐nas e construíram páginas para o zine de vocês. Mas como transformar essas páginas em uma publicação? Por enquanto, as resenhas, ilustrações e páginas que criamos não formam um zine. Pois bem, essa é a função do “boneco”: guiar‐nos na tarefa de transformar páginas criativas em um fanzine original. Portanto, vamos fazer nosso primeiro boneco.

Mais algumas tarefas para os editores do fanzine:
1º Definam um roteiro para o fanzine: com o que vocês produziram durante as aulas (resenha, ilustrações, capa, contracapa, textos e páginas nas quais os editores do fanzine expressem artisticamente suas opiniões) definam uma sequência; uma ordem para as páginas do zine.

Exemplo:


Capa

Página 1: resenha sobre a nova música da minha banda preferida e foto do show.
Página 2: resenha cultural (livros, HQs, CDs, poesia etc.).
Página 2: ilustração.
Página 3: textos de opinião.
Página 4: resenhas de shows e falas de outros fãs.
Página 5: ilustração.

Contracapa.

2º Definam o número de páginas do fanzine. Como eles são feitos de folhas A4 dobradas ao meio, o número de páginas é sempre um múltiplo de 4 (4, 8,12, 16, 20...).
3º Montem o “boneco”.

1º Definir o número de folhas. Se vocês escolheram que o fanzine terá 12 páginas (contanto com a capa e a contracapa) é fácil saber quantas folhas ele terá. Para saber quantos papéis A4 vocês usarão na montagem, é só dividir 12 (o número de páginas) por 4. Portanto, você precisará de 3 folhas de papel sulfite. Lembre‐se de que cada folha significa quatro páginas, sempre utilizando a frente e o verso. Então, se o seu zine tiver 5 folhas, ele terá 20 páginas.

2º Dobrar as folhas. Pegue o número de folhas necessárias para fazer o seu fanzine e dobre‐as ao meio.
Ex: Se você escolheu que seu fanzine terá 20 páginas, pegue 5 folhas A4.



5º Escrever indicações nas folhas que irão auxiliar no momento de fazer o seu fanzine. Por exemplo, (capa, resenha, páginas em que os editores do fanzine expressem artisticamente suas opiniões)

6º Agora produzam uma capa, usando imagens (fotos, colagens, desenhos que vocês mesmos façam), textos, o que vocês quiserem. Coloquem o nome do fanzine, que pode ser o nome do grupo que vocês criaram na atividade 3.

IV. PRODUZINDO UM FANZINE, FINALMENTE!

Professor, essa aula é dividida em dois momentos e tem o objetivo de guiar, de maneira segura e bem estruturada, os alunos durante a confecção do fanzine. A primeira etapa refere‐se à construção dos elementos textuais e imagéticos do fanzine. A segunda parte dedica‐se à construção efetiva do fanzine: produção de um boneco, seleção de textos e imagens e elaboração de resenhas etc.

PASSO 1

Retome, oralmente, com os alunos as atividades já estudadas. Questione‐os sobre o que eles aprenderam até aqui sobre fanzine: sobre o que é preciso fazer para construir um fanzine. Anote as respostas na lousa.

PASSO 2

Peça para os alunos enumerarem as tarefas que antecedem a produção de um fanzine.

PASSO 3

Em seguida, peça para eles fazerem os exercícios propostos nas atividades 6 e 7.
Atividade 6. Retomando percurso.

Professor, acompanhe os grupos nessa autoavaliação para ajudá‐los a perceber o que falta fazer. Se for o caso, faça sugestões aos alunos de como produzir o que falta.

1. Assinalem as etapas já percorridas por vocês, editores.

( ) Já escolhemos o tema do fanzine.
( ) Já pesquisamos materiais interessantes para compor o zine: fotografias, ilustrações, quadrinhos, trechos (imagens) de obras dos autores presentes no zine, trechos de textos/falas de outras pessoas, outros textos que produzimos etc.
( ) Já escolhemos obras e artistas para fazer resenhas sobre eles.
( ) Já produzimos resenhas sobre as obras escolhidas.

( ) Já ilustramos as resenhas.
( ) Já criamos páginas nas quais expressamos artisticamente nossas opiniões sobre o tema escolhido.
( ) Já definimos um roteiro para o nosso zine (capa, resenha, páginas nas quais os editores expressam artisticamente suas opiniões etc.).
( ) Já sabemos quantas folhas são necessárias para fazer o zine.
( ) Já sabemos o que vai em cada página do zine.
( ) Já fizemos um “boneco” do zine.

Atenção! É muito importante que todas as etapas anteriores tenham sido realizadas. Caso contrário a qualidade do seu fanzine pode ficar comprometida.

Atividade 7. Mãos à obra!

. Agora, vamos ao fanzine. Últimos procedimentos:
•Juntem os materiais que vocês já produziram para o fanzine (capa, resenha, páginas nas quais vocês expressaram artisticamente suas opiniões sobre o tema do fanzine, trechos (imagens) de obras dos autores presentes, trechos de textos/falas de outras pessoas, outros textos que produziram etc.)
• Em seguida, colem tudo no seu boneco.
• Estipulem um número de cópias (10 é um bom número, dessa forma vocês poderão distribuir o fanzine na sua escola e para os seus colegas).
• Pronto, é só fazer as cópias de tudo (frente e verso).
• E... ufa! É só grampear.

V. AUTOAVALIAÇÃO. EU SOU O MEU CRÍTICO MAIS SEVERO.

Professor, essa aula tem o objetivo de levar os alunos a refletirem sobre seu processo de aprendizagem por meio da retomada dos tópicos trabalhados durante as aulas da oficina. Também tem o objetivo de estabelecer critérios para que possam avaliar os fanzines que produziram.

Atividade 8. Será que fizemos um fanzine legal?

1. Coloque S (para sim) ou N (para não) em cada parênteses:
( ) Seguimos os passos propostos para a elaboração do zine;
( ) Usamos diferentes tipos de materiais e linguagens para compor o zine;
( ) Misturamos trechos de textos (imagens) do autor das obras incluídas, textos de outros autores e nossos próprios textos;
( ) As resenhas feitas apresentam a obra e tecem comentários avaliativos;
( ) A diagramação do zine produzido foi criativa, rompendo com um formato tradicional;
( ) Conseguimos expressar nossa opinião sobre o tema do zine;
( ) Nosso zine é atrativo, tem grandes chances de interessar a outros leitores.

VI. AVALIANDO OS FANZINES PRODUZIDOS.

Atividade 9. Eu sou o crítico dos fanzines de meus colegas.

Professor, tente garantir tempo e espaço para que todos possam ler os fanzines de outros grupos. Peça que os avaliem. Observe se os alunos estão tecendo considerações a partir dos critérios definidos ou não.

1) Agora, compartilhe seu zine com os outros colegas e grupos. A classe vai avaliar os zines produzidos com base no seguinte roteiro:

( ) O fanzine tem um tema claro;
( ) Houve uma boa pesquisa de materiais para compor o zine;
( ) O zine mistura vozes: textos (imagens) do autor das obras incluídas, textos de outros autores e textos dos autores do zine;
( ) O zine contém capa, resenha e páginas nas quais os editores do fanzine expressam artisticamente suas opiniões;
( ) As resenhas feitas apresentam a obra e tecem comentários avaliativos;
( ) A diagramação do zine produzido foi criativa, rompendo com um formato tradicional;
( ) Os autores conseguiram expressar sua opinião sobre o tema do zine;
( ) O zine é atrativo, tem grandes chances de interessar a outros leitores.

Atividade 10. Por fim, eu sou o crítico da oficina.

Professor, registre as opiniões dos alunos para que você possa saber o que funcionou e o que não funcionou bem. Isso é importante para que você possa dar um retorno aos alunos e possa levar em conta essas considerações quando do desenvolvimento de outros projetos. Avalie você também a própria oficina e os fanzines produzidos por eles e comente o envolvimento e o desempenho de cada grupo.

Agora vocês vão avaliar oralmente o projeto todo:

• O que vocês acharam da escolha do tema do projeto – fanzines?
• Destaquem os aspectos positivos do desenvolvimento do projeto.
• Destaquem os aspectos negativos do desenvolvimento do projeto. O que poderia ser melhorado?
• Vocês se envolveram com o projeto, gostaram de desenvolvê‐lo? E a classe de vocês?

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